quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Construção Social do Género e do Sexo


As teorias da socialização e do papel do género têm sido alvo de críticas por parte de um número cada vez maior de sociólogos. Em vez de considerarem o sexo como um facto determinado biologicamente e o género como um facto aprendido culturalmente, afirmam que se deveria considerar tanto o sexo como o género enquanto produtos construídos socialmente. Não só o género é uma criação puramente ao qual falta uma essência dominante, mas próprio corpo humano está sujeito às forças sociais que o moldam e o alteram de várias maneiras. É possível atribuir aos nossos corpos significados que desfiam o que é geralmente considerado como “natural”. Os indivíduos poderão optar por construir ou reconstruir os seus corpos conforme a sua vontade, recorrendo desde a atividade física, à dieta, ao piercing e ao estilo pessoal, até à cirurgia plástica e às operações de mudança de sexo. A tecnologia estará a dissipar os limites dos nossos corpos. Assim, argumentam, o corpo humano e a biologia não são dados adquiridos, mas estão sujeitos à ação humana e à escolha pessoal em contextos sociais diferentes.
Nesta perspetiva, os autores que centram a sua abordagem nos papéis de género e na sua aprendizagem aceitam implicitamente a existência de uma base biológica nas diferenças de género. Na abordagem centrada na socialização, uma distinção biológica entre os sexos fornece um enquadramento que será “culturalmente desenvolvido” na própria sociedade. Em contrapartida, os teóricos que defendem a construção social do sexo e do género rejeitam a existência de qualquer base biológica nas diferenças de género. As identidades do género surgem, assim afirmam, relacionadas na sociedade e, por sua vez, ajudam a moldar essas mesmas diferenças.

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