O conceito de divisão sexual do trabalho baseia-se em
dois princípios: a separação e a hierarquia. A construção social dos modelos de
“feminilidade” (mulher = passiva, sensível, doce) e de “masculinidade” (homem =
forte, corajoso) atribuem papéis ideais a homens e mulheres. À mulher é reservada
o ambiente interno da casa, e são lhe atribuídas as tarefas de cuidado da
sociedade, consideradas “trabalho reprodutivo”. Já ao homem é reservado o
ambiente externo, e o trabalho dito “produtivo”. No mercado de trabalho, essa
divisão reflete-se na separação entre profissões ditas masculinas (advogado,
político, médico, engenheiro) e femininas (professora, pedagoga, enfermeira). O
sistema capitalista articula-se em conjunto com essa segregação através da
hierarquização do trabalho produtivo e reprodutivo, atribuindo maior valor ao
primeiro e desqualificando o segundo.
Ainda que a presença das mulheres no mercado de trabalho
seja um fator crescente, elas encontram-se, na sua maioria, inseridas em
profissões tidas socialmente como menos qualificadas, ou seja, as que são menos
remuneradas e nas quais as condições de trabalho são mais precárias.
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